As crianças aprendem o que vivenciam - Postado por Jairo Len

É uma coisa que todos sabem - as crianças aprendem através da observação do que os cerca. Os pais dos meus pacientes estão acostumados com o quadro, atrás da minha mesa (e em todas as salas de consulta) com os dizeres da psicóloga Dorothy Law Nolte, escritos em 1954: As crianças aprendem o que vivenciam ("Children Learn What They Live"). É um texto verdadeiro e o nome de um livro da psicóloga inglesa, falecida em 1995.

Valerie Kuhlmeier e Kristen Dunfield, pesquisadoras da Queen’s University, no Reino Unido, observaram em um estudo feito com bebês até 21 meses que estes identificam quando uma pessoa tenta ajudá-los com alguma tarefa e respondem de maneira positiva em ações posteriores.
Essa foi a primeira vez que conseguimos demonstrar que as crianças muito jovens podem ser seletivas em suas ações”, diz Dunfield. “Antes disso já se sabia que as crianças procuravam ajudar outros indivíduos ao seu redor. Mas nesse caso, observamos que elas podem escolher a quem ajudar, ou seja, direcionam suas ações com mais ou menos afinco dependendo da pessoa próxima.”
Ou seja, ajudam quem as ajuda. Aprendem desde muito cedo como devem agir, ser gentis, retribuir. Coisas que ensinamos no dia a dia, sem perceber, aos nossos filhos.
O estudo está publicado na revista Psychological Science, edição de abril de 2010.

Atrás da cadeira, o quadro com o texto "As crianças aprendem o que vivenciam":

As crianças aprendem o que vivenciam
Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.
Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.
Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.
Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.
Se vivem sendo incentivadas, aprendem em ter confiança em si mesmas.
Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se vivenciam elogios, aprendem a apreciar.
Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.
Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.
Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.
Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.
Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.
Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.
Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.
Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver.


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