TDA/H - Um balaio de gato - Postado por Jairo Len

O diagnóstico dos Transtornos e Déficit de Atenção/Hiperatividade é um daqueles assuntos que eu acho que nunca terá uma conclusão, uma concordância ou unanimidade.
Pior do que isso: mais eu me aprofundo, mais eu me confundo...
Existem inúmeras classificações e subtipos, inclusive - mostrando que o diagnóstico é complexo, não basta seguir aqueles critérios simplórios aonde todas as crianças (mais ainda, os meninos) teriam TDA/H... Se você não conhece estes critérios, aí vai uma amostra:
1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas,
2. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele,
3. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros),
4. Distrai-se com estímulos externos,
5. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira,
6. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado,
7. Fala em excesso,
8. Tem dificuldade de esperar sua vez...
E assim por diante? O que? Seus filhos são hiperativos???

Então... O diagnóstico é muito importante e nunca deve ser banalizado porque o tratamento é realizado através de remédios com ação direta no sistema nervoso central (como a metilfenidato, cujo nome comercial é Ritalina).

Alguns pontos que eu julgo muito importantes:
As crianças, para serem diagnosticadas de TDA/H, devem ter entre 6 e 12 anos de idade. E, principalmente, devemos observar se há:
- Prejuízo claro no aprendizado escolar
- Baixo rendimento escolar
- Distúrbios comportamentais importante na vida social, familiar, no dia-a-dia, na relação entre a crianças e seus "amiguinhos"
- Baixa auto-estima também é um dado que deve ser considerado.

Crianças que não param quietas, são impossíveis, indisciplinadas, tem o "bicho carpinteiro" provavelmente não mereçam medicação - e isso é muito importante.
Existe um uso excessivo de medicação no mundo inteiro. Quando há uma boa indicação, o remédio é eficaz e trará uma nova qualidade de vida para a criança e a família. O que ocorre é que "todos nós" ficaríamos mais certinhos com o uso da Ritalina, e seu uso vem sendo banalizado.

A avaliação e indicação do uso de remédios devem ser feitos por um ou dois neurologistas, psicóloga e psicopedagoga competente e desvinculada da escola aonde a criança estuda. Mas a suspeita deve sempre vir da escola, avaliando o baixo desempenho e os outros problemas que o TDA/H pode trazer.

Comentários

  1. Pra piorar ainda mais a confusão tem a criança "sem limites" que é "habilmente" classificada pelos pais como hiperativa. E talvez nem seja o caso...

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  2. Apenas um comentário, pois vivo essa experiência e sei muito o quanto é difícil para uma criança TDA/H a vida na escola, onde o problema realmente vem à tona, e ao que me parece os profissionais não estão preparados para lidar com as diferenças, é como se eles fossem o produto com defeito em uma fábrica...A maioria dos educadores deixa de considerar que esta criança é na maioria das vezes super inteligente e suas habilidades principalmente na maneira de compreender o mundo são geniais.

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