Berçários e Superbebês - Postado por Jairo Len

Há 3 dias li uma reportagem, na Folha de São Paulo, sobre os berçários bilingues e a intenção das mães e educadores de formarem "superbebês". 
Ou seja: fazer estímulos além dos habituais (incluindo bilinguismo) em bebês desde os primeiros meses de vida - prometendo transformá-los em crianças mais inteligentes.
Cada um vende seu peixe como quer...

Acho que vários pontos são importantes no aspecto "berçário".

Em primeiro lugar, como sempre coloquei, berçários e creches são soluções logísticas, cada vez mais necessárias nos tempos da PEC dos empregados domésticos e para as mães que trabalham - a maioria delas.
De um modo geral, as mães que não trabalham e tem uma boa estrutura para cuidar dos seus filhos não tem o hábito de colocá-los  em creches antes de 1 ano e meio ou 2 anos. Tenho visto também um movimento de algumas mães (do meu universo) pensarem em um ou dois anos sabáticos para acompanhar muito de perto seus filhos. Sufocadas pelos rígidos horários de algumas instituições aonde trabalham (basicamente as financeiras) elas optam por parar de trabalhar. Acho ótimo! Assim como acho ótimo as que voltam ao trabalho e conseguem esquematizar suas vidas.
As crianças filhas de mães que trabalham fora ou que não-trabalham já cresceram e a a maioria delas - dos dois grupos - é emocionalmente saudável. Quanto e esse ponto (saúde emocional) existem centenas de fatores extremamente importantes a serem levados em conta.

Outro ponto em relação aos superbebês: cada vez mais estudos tem mostrado que o "DNA" da criança carrega o que ela tem de mais importante - e o ambiente que a cerca não é o principal fator determinante do seu QI ou de sua inteligência. É evidente que estímulos e oportunidades tem que ser oferecidos, mas não é uma super-escola aos 3 anos de idade que fará daquela criança um futuro aluno de Harvard... Muito menos aos 8 meses de idade. Não estou comparando um abrigo para menores abandonados aos berçários caríssimos. Estamos falando de boas instituições...

Portanto, a escolha do berçário que a criança vai frequentar depende de diversos fatores.
Os pais me perguntam "o que devem observar" no berçário, no momento da escolha. Não é uma resposta fácil, porque um dos fatores mais importantes é a empatia com o local desde a primeira visita. A supervisão diária de enfermeira (com COREN), de pediatra, como o berçário encara as doenças infecciosas, o número de crianças por sala, a proximidade de casa, o cardápio... E também deve-se avaliar a criança após a entrada no berçário: se ela vai ter mais doenças infecciosas (o principal problema de crianças institucionalizadas), se está "feliz", com bom ganho de peso...

A reportagem, que parece mais uma ação de marketing, mostra alguns berçários que são "top", mas não acho que eles ofereçam muito mais que inúmeras (dezenas) de outras boas instituições em São Paulo.
Para ler, clique aqui.









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